segunda-feira, 12 de março de 2007

Um pouco de história…

A anorexia nervosa é uma doença já descrita há vários séculos, sendo as suas vitimas maioritariamente mulheres.

Na Idade Média, surgiram os primeiros relatos sobre o tema, chamando-se inicialmente anorexia mística, uma vez que afectava sobretudo mulheres muito devotas à religião, como foi o caso de Santa Catarina de Siena.

Foi identificada como entidade clínica apenas no século XIX, pelo francês Lasègue e pelo inglês Gull. Foi categorizada como doença psiquiátrica à qual se recomendou o afastamento do ambiente familiar, para uma maior eficácia do seu tratamento. Em 1873 foi criado o termo Anorexia Nervosa, que ainda hoje se mantém.

No século XX, a partir da década de 70 os investigadores Hilde Bruch, Arthur Crisp e Gerald Russell realçaram a existência de uma perturbação da imagem corporal nestas doentes, bem como o receio mórbido em ganhar peso, e as dificuldades de encarar as transformações que ocorrem na puberdade.

Em 1970, Russell estabeleceu pela primeira vez as três características fundamentais da anorexia:
  • Comportamento persistente com o objectivo de perder peso;
  • Alterações psicológicas causadas pelo medo de engordar;
  • Alterações endócrinas, como falta de menstruação (amenorreia) nas mulheres e falta de interesse sexual em ambos os sexos.

Foi também Russell que em 1979 descreveu a bulimia como uma nova doença derivada da anorexia. Considerou-a como uma variante da anorexia e definiu-a:

  • Pela existência de episódios de ingestão compulsiva de alimentos;
  • Pela ocorrência de estratégias para evitar o aumento de peso provocado pelos alimentos ingeridos através do recurso a vómitos e laxantes;
  • Pelo receio mórbido de engordar;

Mais tarde verificou-se que a bulimia nervosa também surgia em pessoas que registavam um peso normal e não só em anorécticas.


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